Julho de 2016. O palco era a lendária ESL One Cologne, na Alemanha. Na plateia, milhares de vozes ecoavam, mas no coração de milhões de brasileiros, um sentimento pulsava mais alto: esperança. A SK Gaming, formada por Gabriel “FalleN” Toledo, Fernando “fer” Alvarenga, Marcelo “coldzera” David, Epitácio “TACO” de Melo e Lincoln “fnx” Lau, entrava para disputar o segundo Major da temporada — e não só fez história, como mudou para sempre o destino do Brasil no Counter-Strike.
Poucos sabiam, mas aquele título viria depois de dias turbulentos. Semanas antes, os jogadores haviam trocado a Luminosity Gaming pela organização alemã SK Gaming, enfrentando burocracia, pressão e desconfiança. E o sorteio da fase de grupos ainda reservou uma ironia cruel: o chamado “grupo da morte”, com Fnatic, FaZe Clan e G2 Esports. Mas se havia algo que esses cinco brasileiros sabiam fazer, era transformar desafio em combustível.
Do grupo da morte à classificação impecável
Contra todos os prognósticos, a SK começou atropelando. Vitória por 16×11 sobre a G2, seguida de um massacre por 16×6 contra a FaZe. Classificação garantida sem sequer precisar de uma terceira partida. Enquanto isso, o campeonato testemunhava um momento histórico: a lendária Ninjas in Pyjamas, uma das maiores forças da franquia, caía na fase de grupos pela primeira vez, eliminada por Na’Vi e FlipSid3.
A escalada até a glória
Nas quartas de final, a SK enfrentou a surpreendente FlipSid3, que vinha embalada. Na Mirage, vitória tranquila por 16×7. Mas a Nuke foi outra história: empate no tempo normal e prorrogação dramática, com fnx brilhando e fechando em 19×17.
Na semifinal, veio o épico contra a Virtus.Pro. Os poloneses abriram vantagem vencendo o primeiro mapa por 19×17. A resposta brasileira veio como um vendaval: 16×5 na sequência, com coldzera imparável. No mapa decisivo, FalleN e coldzera lideraram a virada por 16×12. Estava escrito: o Brasil voltaria a uma final de Major.
A escalação da SK Gaming na ESL One: Cologne 2016: TACO, fnx, FalleN, fer, Wilton “zews” Prado e coldzera — Foto: Divulgação/SK Gaming
A final perfeita
Dia 10 de julho de 2016. De um lado, a SK Gaming; do outro, a Team Liquid, que já havia sido derrotada pelos brasileiros na MLG Columbus meses antes. Não houve espaço para dúvidas: 16×7 e 16×6, fechando o confronto em 2×0 e levantando o troféu do bicampeonato mundial. Coldzera foi eleito o MVP, e a bandeira verde e amarela tremulou no topo do mundo do CS:GO.
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Mais do que um título, aquela conquista consolidou o início da era dourada do Brasil nos eSports. Um momento em que todo fã de Counter-Strike, mesmo anos depois, ainda lembra onde estava quando Fallen e companhia ergueram o troféu na Alemanha.
