ENTRETENIMENTO

Clair Obscur ganha GOTY, mas perde prêmio indie por usar IA

Clair Obscur: Expedition 33 teve uma montanha-russa de emoções em 2025.

Primeiro, levou o GOTY (Jogo do Ano) no The Game Awards 2025 — o maior prêmio da indústria.

Depois, ganhou Jogo do Ano e Melhor Jogo de Estreia no Indie Game Awards 2025.

Mas aí veio a reviravolta: a organização do IGA descobriu que o jogo usou IA generativa durante o desenvolvimento, e por isso desclassificou o título, retirando os dois prêmios.

Resultado? Os troféus foram pra Sorry, We’re Closed (Melhor Estreia) e Blue Prince (Jogo do Ano).

E a internet? Dividida, como sempre.

O que aconteceu exatamente?

A história é mais ou menos assim:

Sandfall Interactive (desenvolvedora de Clair Obscur) garantiu que não usou IA generativa no desenvolvimento do jogo.

O jogo foi indicado e ganhou dois prêmios no Indie Game Awards.

No dia da cerimônia, a Sandfall confessou que, na verdade, sim, usou IA generativa pra criar imagens durante a produção.

Essas imagens foram removidas antes do lançamento final do jogo.

Mas pra organização do IGA, tanto faz: usar IA no processo já quebra as regras, mesmo que tenha sido só temporário.

Prêmios foram revogados.

É tipo mentir no currículo, conseguir o emprego, e depois confessar que mentiu. Mesmo que você seja bom no trabalho, quebrou a confiança.

Por que o IGA é tão contra IA?

O Indie Game Awards tem uma posição bem clara sobre IA generativa:

“Temos uma postura rígida em relação ao uso de IA gerada por computador durante todo o processo de indicação e na própria cerimônia.”

Traduzindo: zero tolerância.

Por que essa regra existe?

Porque a comunidade indie valoriza:

Arte feita por humanos — cada pixel, cada traço, cada nota musical feita com suor (e café)
Trabalho honesto — sem atalhos que substituam artistas
Integridade criativa — o jogo é seu, não de uma máquina

IA generativa é vista como trapaça nesse contexto — tipo copiar a lição de casa do colega.

Pode funcionar? Pode. Mas não é seu trabalho de verdade.

A Sandfall se ferrou por mentir (ou omitir)

O problema não foi usar IA.

O problema foi mentir (ou pelo menos omitir) isso no início.

Se a Sandfall tivesse sido honesta desde o começo, talvez nem tivesse sido indicada. Mas pelo menos não teria passado vergonha de ganhar e perder os prêmios depois.

Agora, a empresa fica com aquele ar de “não é confiável”.

E no mercado indie, onde reputação é tudo, isso pesa.

O jogo continua bom?

Sim. Clair Obscur: Expedition 33 continua sendo um jogaço.

Ganhou GOTY no The Game Awards — que é o Oscar dos videogames. Isso não foi tirado.

O jogo é lindo, tem mecânicas inovadoras, e os fãs adoram.

Mas pra comunidade indie, isso não importa.

Quebrou as regras? Perdeu o prêmio.

Simples assim.

A internet tá dividida

Como sempre, a galera tá dividida:

Time “Fez certo em desclassificar”

“Se usou IA, quebrou as regras. Simples.”
“Indie é sobre arte humana, não máquina.”
“Mentem uma vez, mentem sempre.”

Time “Exagerou”

“Usou IA só pra referência e removeu depois. Qual o problema?”
“O jogo é incrível, isso é o que importa.”
“Indie Awards perdeu credibilidade ao tirar o prêmio do melhor jogo.”

E tem o pessoal no meio, tipo:

“Entendo os dois lados, mas acho que podiam ter avisado antes.”

Quem herdou os prêmios?

Com a desclassificação de Clair Obscur, os segundos colocados levaram os troféus:

Melhor Jogo de Estreia: Sorry, We’re Closed
Jogo do Ano: Blue Prince

Deve ter sido estranho pra galera desses jogos.

Tipo ganhar medalha de prata e depois te promoverem pra ouro porque o primeiro foi pego no doping.

Você fica feliz, mas com aquele gostinho agridoce.

IA em jogos: a polêmica que não vai embora

Esse caso é só mais um capítulo da guerra sobre IA na indústria criativa.

A discussão é:

IA pode ajudar indie pequenos a competir com estúdios gigantes
IA tira empregos de artistas, músicos, escritores

IA acelera produção e reduz custos
IA rouba estilo de artistas reais (treinada com arte sem permissão)

IA é só uma ferramenta, como Photoshop
IA substitui criatividade, não amplifica

Não tem consenso. E não vai ter tão cedo.

Cada evento, cada estúdio, cada artista vai ter que decidir onde traça a linha.

O Indie Game Awards traçou a sua: IA? Não passa.

O que a Sandfall devia ter feito?

Simples:

Ser honesta desde o início sobre o uso de IA
Não se inscrever no IGA, já que sabia que isso ia contra as regras
Focar no The Game Awards, onde as regras são diferentes

Agora, a empresa fica com essa mancha na reputação.

E convenhamos: não precisava.

Via: Flow Games

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