Lançado em 1996, Scream é um dos filmes mais icônicos do gênero slasher, revitalizando o horror nos anos 90 e se tornando um fenômeno cultural. No entanto, o caminho para o sucesso não foi simples. O filme passou por várias revisões, ajustes e até mesmo uma regravação parcial antes de chegar às telas. Aqui está a história por trás desse processo:
1. O Roteiro Original e a Visão de Wes Craven
O roteiro de Scream foi escrito por Kevin Williamson, inspirado em notícias reais sobre assassinatos e na cultura dos filmes de terror. A história misturava humor, suspense e uma crítica inteligente aos clichês do gênero. Wes Craven, conhecido por A Nightmare on Elm Street, foi escolhido para dirigir o filme, mas ele inicialmente hesitou, preocupado em ser associado apenas ao horror.
2. A Primeira Filmagem e os Problemas Iniciais
A produção de Scream começou em 1995, mas logo enfrentou desafios. O estúdio, a Miramax (sob o selo Dimension Films), não estava totalmente convencido do potencial do filme. Além disso, o roteiro original era mais sombrio e violento, o que preocupava os executivos, que temiam uma classificação “NC-17” (proibido para menores de 17 anos nos EUA).
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- Cenas Cortadas e Reescritas: Várias cenas consideradas muito violentas ou perturbadoras foram cortadas ou suavizadas. Por exemplo, a morte de Tatum (Rose McGowan) na porta da garagem foi originalmente mais gráfica, mas foi alterada para ser mais implícita.
- Mudanças no Final: O final do filme também foi revisado várias vezes. Originalmente, o assassino Ghostface sobrevivia, mas o estúdio insistiu em um final mais conclusivo, com os vilões sendo derrotados.
3. A Regravação de Parte do Filme
Após a primeira versão do filme ser montada, o estúdio e os produtores perceberam que o tom estava muito sério e sombrio, o que não combinava com a abordagem satírica e autoconsciente que Kevin Williamson havia escrito. Wes Craven e a equipe decidiram regravar várias cenas para adicionar mais humor e leveza, equilibrando o horror com a comédia.
- Cenas Adicionadas: Algumas das cenas mais memoráveis, como as discussões sobre as “regras dos filmes de terror” e os diálogos cheios de referências ao gênero, foram reforçadas ou criadas durante as regravações.
- Melhorias no Ritmo: O filme também foi reeditado para acelerar o ritmo, garantindo que o público ficasse engajado do início ao fim.
4. A Classificação e o Público-Alvo
Um dos maiores desafios foi garantir que Scream recebesse uma classificação “R” (restrito a menores de 17 anos acompanhados) em vez de “NC-17”. Para isso, o filme passou por várias revisões para reduzir a violência gráfica e o sangue, mantendo a tensão e o suspense sem exagerar no gore.
- Equilíbrio Entre Terror e Comédia: A adição de elementos cômicos e satíricos ajudou a suavizar o tom do filme, tornando-o mais palatável para um público mais amplo.
5. O Sucesso Inesperado
Quando Scream finalmente foi lançado, em dezembro de 1996, surpreendeu a todos. O filme arrecadou mais de US$ 173 milhões mundialmente, contra um orçamento de apenas US$ 14 milhões. Ele foi aclamado pela crítica e pelo público, elogiado por sua abordagem inteligente e inovadora ao gênero slasher.
- Impacto Cultural: Scream revitalizou o interesse por filmes de terror, inspirando uma nova onda de produções do gênero nos anos 90 e 2000. Além disso, o personagem Ghostface se tornou um ícone do horror, comparável a Freddy Krueger e Jason Voorhees.
6. O Legado de Scream
O sucesso do filme levou a três sequências diretas, uma série de TV e um “requel” (reboot + sequência) lançado em 2022. A franquia continua popular, graças à sua mistura única de terror, humor e crítica ao gênero.