Hollow Knight e Silksong: como a Team Cherry transformou silêncio em narrativa inesquecível

Quando se fala em Hollow Knight e em sua aguardada sequência, Silksong, o primeiro pensamento geralmente recai sobre a dificuldade desafiadora. Mas a real genialidade dessas obras da Team Cherry não está apenas nos combates ou nas plataformas precisas: está na forma como contam suas histórias sem precisar dizer quase nada.

Ambos os jogos apostam na chamada narrativa ambiental, um recurso em que cenários, detalhes visuais e mecânicas falam mais alto que qualquer diálogo ou cutscene longa. Essa escolha aproxima as duas produções do estilo consagrado pelos jogos Soulslike, em que o jogador é convidado a observar, interpretar e montar, por conta própria, o quebra-cabeça narrativo.

Hallownest: um reino em ruínas que fala por si só

No primeiro título, Hallownest é a própria história. Cada sala explorada, cada estrutura quebrada e cada corpo esquecido transmite o peso de um império que já foi grandioso, mas ruiu diante de sua própria decadência. Não há explicações diretas — o cenário é a evidência. Essa opção narrativa faz com que a experiência seja mais contemplativa do que explicativa, permitindo que o jogador sinta a perda em vez de apenas ouvi-la.

Pharloom em Silksong: um contraste vivo

Silksong mantém essa filosofia, mas inverte o tom. A nova aventura apresenta Pharloom, um reino que ainda respira, com culturas e sistemas lutando para se manter de pé. Não é o cadáver de um império, mas sim uma sociedade instável, prestes a colapsar. Essa diferença dá frescor à experiência, reforçando o caráter investigativo da jornada: entender a situação de Pharloom é, por si só, parte da narrativa.

O poder do “mostrar, não contar”

Em Hollow Knight, os personagens são moldados pelas ações, não pelas palavras. O Cavaleiro é um protagonista silencioso, mas sua resistência diante do impossível fala muito mais do que falaria qualquer diálogo.

Hornet, por exemplo, é apresentada em combate, com movimentos que revelam agilidade, disciplina e força de vontade antes mesmo de qualquer fala. Esse recurso é intensificado em Silksong, quando ela assume o papel principal: poucas falas, mas muito significado transmitido pela fluidez dos movimentos e pela elegância do combate.

Mecânicas como narrativa

Outro ponto de genialidade está em como a jogabilidade traduz emoções e temas. Em Hollow Knight, a cura lenta e deliberada reforça a ideia de perseverança, paciência e resistência. Já em Silksong, Hornet se cura instantaneamente, mas apenas em breves momentos, exigindo precisão e velocidade — um reflexo direto de sua personalidade ágil e determinada.

Da mesma forma, cada chefe encontrado comunica sua história por meio do estilo de luta. O desespero, a obsessão ou a fúria de cada inimigo são sentidos pelo jogador não por diálogos, mas pela intensidade e ritmo do combate.

Histórias que permanecem

A maior vitória de Hollow Knight e Silksong é mostrar que a narrativa em videogames não precisa ser conduzida por longas falas ou explicações didáticas. A Team Cherry provou que é possível contar histórias profundas apenas com fragmentos de cenário, com a forma de lutar de um personagem ou com a tensão de uma mecânica.

Esses jogos não terminam quando os créditos sobem: eles permanecem na memória dos jogadores, nas interpretações pessoais e no impacto de um universo que convida à reflexão. O resultado é simples e poderoso: experiências que marcam não apenas pelo desafio, mas pelo silêncio eloquente de um mundo que fala por si só.

Fonte: ComicBook

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