A Crunchyroll vai passar por uma reestruturação global que resultará em cortes de parte da sua força de trabalho. A informação foi divulgada em um memorando interno do presidente da empresa, Rahul Purini, obtido pela Variety.
Segundo Purini, a mudança não é motivada por redução de custos ou problemas financeiros, mas por um “redirecionamento de recursos” para mercados em rápido crescimento fora dos Estados Unidos.
O plano atinge todos os 13 escritórios da Crunchyroll, distribuídos por nove países na América do Norte, Europa e Ásia.
A quantidade exata de demissões não foi divulgada. Apesar disso, a empresa afirma ter atualmente mais de 100 vagas abertas em todo o mundo e prevê novas contratações nas próximas semanas. Parte dos funcionários afetados pela reestruturação também poderá ter seu escopo de atuação ampliado ou ser realocada para outras funções.
Um dos pontos centrais dessa nova estratégia é a criação de polos de engenharia nos Estados Unidos, México e Índia — três mercados que têm registrado crescimento significativo. Além disso, a Crunchyroll planeja fortalecer seu negócio central de anime com a venda de colecionáveis e outros produtos licenciados. Ainda neste ano, a empresa anunciou o Crunchyroll Manga, aplicativo de leitura de mangás exclusivo para assinantes.
O anúncio das demissões veio um dia após a revelação de uma parceria com a Delta Air Lines, que levará animes a milhares de voos nos Estados Unidos. A plataforma, que conta hoje com mais de 17 milhões de assinantes pagos, também ganhou destaque recentemente com a participação de Channing Tatum no elenco de dublagem em inglês do filme Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – The Movie: Infinity Castle.
Apesar do crescimento contínuo do consumo de anime no mundo, a notícia gerou apreensão entre fãs e analistas. Desde que a Sony Pictures Entertainment adquiriu a Crunchyroll e fundiu a operação com a Funimation, houve receio de que decisões corporativas pudessem prevalecer sobre interesses criativos ou demandas da comunidade.
Críticos apontam que grandes conglomerados tendem a priorizar estratégias que elevem o lucro, mesmo que isso nem sempre reflita o que é melhor para o setor.
Purini reforçou que a mudança de foco é parte de um processo natural de adaptação a novos mercados e não reflete problemas internos. Ainda assim, para os profissionais afetados, a explicação traz pouco alívio.
Num momento em que o anime vive um de seus períodos mais populares, a reestruturação mostra que o crescimento de uma indústria não garante estabilidade para quem trabalha nos bastidores.
Fonte: Comic Book


